Por Tiago Cardoso
Um
pouco sobre o meu trabalho criativo
Considero-me
uma pessoa criativa. E interessam-me as criaturas imaginadas pela mente humana,
tendo um interesse em folclore e mitologia… Além de adorar Pokémon,
principalmente a animação! Por isso, o meu sonho é criar um conjunto de
criaturas fantásticas para mostrar ao público, e, se possível, viver
profissionalmente do meu projeto.
Só
que sempre tive 2 problemas. Um deles era que eu começava com entusiasmo um
projeto que tinha em mente, punha no papel (ou em formato digital) as primeiras
criaturas que imaginava, mas depois ia perdendo o interesse por aquilo que
estava a fazer e encerrar o projeto, muitas vezes mudando de seguida para
outro. Chamo a isso «Complexo do João da Ega». Estão a ver aquela personagem
d’Os Maias, do Eça de Queiroz, que começava a pôr em prática as ideias que
tinha em mente para depois desistir delas e passar para outras? Pois bem, eu
procedi várias como ele! Perdi a conta aos projetos de franquias de ficção com
criaturas fantásticas que deixei de lado, dos quais Forest Monsters, cujo link
do seu blogue está no fundo da barra lateral deste, foi o último projeto a
sofrer desse destino. O outro era que simplesmente não sabia o que fazer
financeiramente com as criaturas que estava a imaginar, ou seja, não sabia de
que forma poderia ganhar dinheiro com elas. Muito bem, tenho uma ideia de
criaturas que tenciono mostrar ao público. E agora faço o quê com elas?
Histórias escritas? Um videojogo?
Confesso
que isso esteve para acontecer a Os Medos. Estive no primeiro terço deste mês
com fortes dúvidas em continuar esta franquia que criei no dia 13/4/2018 (uma
Sexta-Feira – sim, uma Sexta-Feira 13!), porque não sabia bem o que fazer com
ela, e começava a ter uma ideia com outro conjunto de criaturas e de como
comercializá-las. Por isso é que o Inquérito de avaliação da receção de um
modelo de negócio de objetos estampados não aborda Os Medos. No entanto, com o
passar dos dias fui pensando nas palavras de incentivo de algumas pessoas que
recebi quando contei sobre o assunto, das quais agradeço muito, pelo que decidi
que Os Medos é para continuar. E desta vez não há dúvidas, acreditem!
Sendo
assim, acho que este inquérito pode servir perfeitamente para uma possível
ideia de comercialização de produtos da franquia – daí eu ter colocado o
inquérito na página de Facebook. Responderam a ele até à meia-noite do
dia 27 para o dia 28/6/2018 (data limite para responder ao inquérito) 15
pessoas, das quais eu e os meus colaboradores-ilustradores voltamos a agradecer pela
colaboração, sendo que analiso aqui as suas respostas como um todo para tirar
uma breve conclusão.
Informações
básicas sobre os inquiridos no geral
Nos
inquéritos que eu crio começo sempre por querer saber a caracterização geral de
quem respondo a ele, pois pode dar uma ideia do público com quem estou a lidar.
Fig. 1 e 2 – Respostas às 1º e 2º
questões do Inquérito de avaliação da receção de um modelo de negócio de
objetos estampados, respetivamente de cima para baixo. Imagens obtidas no
inquérito.
Mais
de 3/4 dos inquiridos é do sexo masculino e é aquilo que se podem designar como jovens adultos, ou seja, têm entre 18 e 30 anos. Pergunto-me se isto é uma
possível imagem do público da franquia.
Fig. 3 e 4 – Respostas às 3º e 4º
questões do Inquérito de avaliação da receção de um modelo de negócio de
objetos estampados, respetivamente de cima para baixo. Imagens obtidas no
inquérito.
Em
relação aos hábitos de leitura de histórias dos inquiridos, estes parecem ser
fortes: mais de metade deles lê histórias com uma boa frequência. O mesmo não
se pode dizer dos seus hábitos de escrita de histórias: só menos de 1/3 dos
inquiridos escreve histórias com pelo menos alguma frequência.
Opiniões
dos inquiridos sobre o modelo de negócios proposto
Volto
a repetir aqui a ideia que tive para rentabilizar financeiramente as criaturas
que imagino.
Personagens
(poderiam não ser criaturas propriamente dias, vá) diferentes seriam estampadas
em objetos. Os clientes poderiam escolher os objetos que queriam ver
estampados, e se as personagens a estampar nos objetos seriam aleatórias ou
escolhidas pelos clientes.
Além
disso, clientes seriam convidados a escrever histórias sobre as personagens
estampadas nos objetos que receberam, histórias que teriam de cumprir um
conjunto de regras (limite de caracteres, uso das personagens estampadas no
objeto que o(a) autor(a) comprou, as personagens a procederem de acordo com a
sua personalidade estabelecida, etc). Se uma história escrita seguir todas as
regras estabelecidas, esta seria publicada pelo menos online, e o(a) seu(ua)
autor(a) receberia um valor monetário equivalente a uma parte do que pagou pela
compra do objeto.
Fig. 5 – Respostas à 5º questão do
Inquérito de avaliação da receção de um modelo de negócio de objetos
estampados. Imagem obtida no inquérito.
Apesar
da maior parte dos inquiridos se mostrar interessado em comprar objetos com
personagens estampadas, acho que se pode dizer que essa questão foi divisória.
Fig. 6 – Respostas à 6º questão do
Inquérito de avaliação da receção de um modelo de negócio de objetos
estampados. Imagem obtida no inquérito.
Para
os inquiridos há 3 objetos em que consideram ser boa ideia estampar as
personagens: camisolas, copos e porta-chaves. Deduzo isso por causa da
percentagem de inquiridos que escolheram tais objetos ultrapassar os 50 %.
Fig. 7 – Respostas à 7º questão do
Inquérito de avaliação da receção de um modelo de negócio de objetos
estampados. Imagem obtida no inquérito.
Mais
de metade dos inquiridos acham que 2 deve ser o número máximo de personagens a
estampar por objeto. Reparem que nenhum deles respondeu «4» a essa questão, e
que só uma minoria respondeu «3».
Fig. 8 – Respostas à 8º questão do
Inquérito de avaliação da receção de um modelo de negócio de objetos
estampados. Imagem obtida no inquérito.
Confesso
que aqui cometi o erro de alterar uma das respostas após lançar o inquérito:
resolvi alterar «Ilustrações mais detalhadas (cenário, ações das personagens,
etc), combinadas previamente entre quem trabalha no negócio e o cliente» para
«Além das ilustrações oficiais das personagens, também ilustrações mais
detalhadas (cenário, ações das personagens, etc), combinadas previamente entre
quem trabalha no negócio e o cliente», sendo que para o Formulários do Google
as respostas são diferentes quando são a mesmo coisa no fundo. Peço desculpa, é
algo que não tornarei mais a fazer, e aconselho-vos a não alterarem nada nos
inquéritos que eventualmente criem nessa aplicação do Google após os lançarem.
Continuando…
Também acho que se pode dizer que esta questão foi divisória, apesar de mais de
metade dos inquiridos querer que haja ilustrações mais elaboradas além das
ilustrações oficiais das personagens.
Fig. 9 – Respostas à 9º questão do
Inquérito de avaliação da receção de um modelo de negócio de objetos
estampados. Imagem obtida no inquérito.
Esta
questão é deveras interessante para mim. Quase todos os inquiridos não se
importariam com o surgimento de novas personagens após o começo do negócio.
Deduzo que esta opinião é para qualquer tipo de projeto da minha autoria, o que
quer dizer que, ao continuar com Os Medos, posso criar mais Medos para além dos
72 Medos já imaginados, que não haverá problemas em princípio.
Fig. 10 – Respostas à 10º questão do
Inquérito de avaliação da receção de um modelo de negócio de objetos
estampados. Imagem obtida no inquérito.
Já
esta questão considero-a não só bastante importante como muito complexa. Só 1/3
dos inquiridos considera a possibilidade de clientes poderem escrever histórias
sobre as personagens estampadas para posterior publicação e reembolso monetário
de parte do que pagaram pelos objetos como boa ideia sem qualquer tipo de
problema; já menos de 1/3 consideram isso má ideia de todo, e mais de 1/3 acha
uma boa mais ou menos devido a algumas questões, que são elas, resumidamente:
-
Rentabilidade financeira para quem vende os objetos e quem escreve as
histórias;
-
Justiça na altura de quem retribuir com quem fez a história, como a opinião de
alguém mostrada na imagem em cima aponta. De facto, vejo que não é correto
ganhar dinheiro com o trabalho dos outros, pelo que, por isso e por outros, a
ideia de publicar histórias escritas pelos clientes não me parece boa.
Fig. 11 – Respostas à 11º questão do
Inquérito de avaliação da receção de um modelo de negócio de objetos
estampados. Imagem obtida no inquérito.
Para
o caso daquela ideia ir em frente, 2/5 dos inquiridos acham que os(as)
autores(as) das histórias aceites deveriam receber metade do valor que pagaram
pela compra do objeto com a(s) personagem(ns) lá estampadas, que é a opinião
mais aceite da questão.
Fig. 12 – Respostas à 12º questão do
Inquérito de avaliação da receção de um modelo de negócio de objetos
estampados. Imagem obtida no inquérito.
Quase
todos os inquiridos estariam de acordo com a premiação das 3 melhores histórias
publicados por cada ano civil.
Sugestões
que os inquiridos deixaram
Foi
possível deixar sugestões sobre o tema do inquérito no final deste, algo que 4
inquiridos fizeram.
Fig. 13 – Respostas à 13º questão do
Inquérito de avaliação da receção de um modelo de negócio de objetos
estampados. Imagem obtida no inquérito.
Basicamente
as sugestões foram também conselhos, algo que em agradou muito. Resumidamente,
metade dos que deixaram sugestões acham que Os Medos é para continuar; e quase
todos os que responderam a esta questão acham que a ideia é arriscada demais
para ser apostada, pelo menos sem ter mais algum trabalho desenvolvidos no
projeto.
Conclusão
Antes
de mais, repito: Os Medos é para continuar – disso podem ter a certeza!
Pelo
que vejo, a ideia de estampar Medos em objetos, com ilustrações de 2 Medos no
máximo por objeto estampado combinadas entre quem compra e quem está por detrás
da franquia, não é má, mas precisamos obviamente de desenvolver mais o trabalho
n’Os Medos, nomeadamente no blogue e com a possível criação de mais Medos,
antes de avançarmos com ela. Mas a ideia de publicar histórias escritas por
quem comprou os objetos estampados a troco de uma parte do valor de que se
pagou por eles não é boa, pelo que é abandonada definitivamente.
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